Os benefícios da fé
Fé: mais uma aliada contra a dor. Acreditar em Deus ou numa força superior, relacionadas ou não à religião; contemplar a natureza e sentir sua intensidade, beleza, imensidão; desenvolver ações sociais. Cada uma dessas atitudes, em geral, promove a sensação indescritível de bem-estar.

Pesquisa publicada em 2004 no São Paulo Medical Journal, da Associação Paulista de Medicina, concluiu que a prática da prece, por exemplo, guarda relação com a melhora da saúde de pacientes com câncer.
Outros estudos realizados revelam que quem tem doenças relacionadas ao estresse também apresenta melhora com a prática de preces e meditações. Isso vale ainda para pacientes que apresentam doenças crônicas – principal causa de morte e incapacidade no mundo – como obesidade, hipertensão, câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias.
Se o sistema neurológico está equilibrado, o estado psicológico fica propenso a trazer a sensação de esperança, de perdão, de amor e de altruísmo e desenvolve energias interiores de autocura
A explicação é simples. Segundo o dr. Marcelo Saad, médico fisiatra e coordenador do Núcleo de Estudos sobre a Religiosidade-Espiritualidade em Saúde (NERES), do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), com a espiritualidade desenvolvida, a pessoa tem um estado mental que induz ao equilíbrio neurofisiológico e dos hormônios, além de atuar favoravelmente na imunidade.“E, se o sistema neurológico está equilibrado, o estado psicológico fica propenso a trazer a sensação de esperança, de perdão, de amor e de altruísmo e desenvolve energias interiores de autocura – o efeito placebo. A fé é ainda capaz de mobilizar a endorfina, o hormônio do bem-estar.”
De olho nos benefícios
Diante desse cenário, o HIAE criou o NERES, que faz parte do Grupo de Dor e Cuidados Paliativos. O objetivo é difundir informações científicas sobre os efeitos biológicos da fé, ministrar palestras para desmistificar o tema e apoiar a assistência espiritualista aos pacientes internados e a seus parentes.
Quando tratamos da dor das pessoas não estamos cuidando somente da parte biológica.
Em um primeiro momento, será enfatizada a importância da espiritualidade com as equipes assistenciais e, depois, divulgada por todo o Hospital, inclusive entre os pacientes, para que seja integrada ao serviço da instituição. Muitos profissionais, entre médicos, enfermeiros e profissionais da saúde, já mostraram interesse em desenvolver trabalhos sobre essa questão.O novo serviço a ser implantando será mais uma alternativa para prevenir e amenizar o mal-estar dos pacientes. O Grupo de Dor e Cuidados Paliativos disponibiliza tratamento multidisciplinar, que conta com o suporte de neurologistas, fisiatras, psicólogos e fisioterapeutas, além da dra. Fabíola Peixoto Minson, anestologista, e da dra. Ana Cláudia de Lima Quintana Arantes, geriatra e coordenadora do grupo.
“Quando tratamos da dor das pessoas não estamos cuidando somente da parte biológica. Cada um tem a sua crença e isso pode trazer benefícios no tratamento da doença. Com mais essa frente, o atendimento fica ainda mais completo e integral, contemplamos o ser humano como um todo”, explica a dra. Ana Cláudia.
Publicada em outubro/2007
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