Sinto-me no alto de uma montanha,
Gritando sem ser ouvida.
Sou para todos apenas mais uma estranha,
Num mundo louco onde só há corrida.
Minha voz ecoa na imensidão
E aos quatro cantos se faz canção.
Todos cantam, mas ninguém a entende,
Continuo só, apenas o coração sente.
O ecoar da tristeza penaliza os pássaros
Que em revoada respondem com seu canto.
No céu, apenas as nuvens como platéia
Que dançam provocando o vento.
E no alto da montanha agora em silêncio,
Ouço as batidas no meu peito em coro.
Pedindo que a solidão me deixe
Para que eu possa sorrir de novo.
Lá embaixo, tudo continua igual,
Nem o eco dos meus gritos perdoou.
Perdeu-se no meio da multidão
E por lá mesmo ficou.
Amanhã será diferente,
Meu coração já decretou.
Voltarei ao mundo ausente,
Só meu sorriso não mudou.
Lucia
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